* São dois os mais fortes dos guerreiros: o tempo e a paciência.

* Em todos os seus sonhos mais belos o homem nunca soube inventar coisa mais bela do que a natureza. (Alphonse de Lamartine)

* Pelo brilho nos olhos, desde o começo dos tempos, as pessoas reconhecem seu verdadeiro Amor.(Paulo Coelho)

* O verdadeiro artista não dá atenção ao público. O público para ele não existe.(Oscar Wilde)

* Dinheiro é como o adubo: só serve quando espalhado

* O trabalho espanta três males: o vício, a pobreza e o tédio.(Voltaire)

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"I don't ponder, dream."

Sunday, May 27, 2007

O netinho

Gonzalo não prestava muita atenção nos males da avó. Não tinha tempo.

Por David Coimbra

Ninguém estendeu por que Gonzalo desistiu da herança da avó e largou o bom emprego que tinha e sumiu da cidade, sem destino, andarilho vagabundo.

Eu entendi.

Verdade que não se tratava de herança importante, nenhuma fortuna, mas os outros netos lutaram feito hienas famintas por ela. E, de todos, Gonzalo é quem tinha mais direito. Sobretudo ao apartamento. Gonzalo morou naquele apartamento a vida toda, ele e a avó, só os dois. A mãe, depois de separada, não podia sustentar os três filhos, então, mal Gonzalo nasceu, foi deixado aos cuidados da avó. Que não reclamou. Ao contrário, Gonzalo tornou-se a razão de sua vida. Fazia tudo por ele, ela o amava com uma doçura jamais dedicada a um filho. Gonzalo cresceu em meio aos mimos da avó, tinha chazinho quente quando adoecia, tinha comidinhas especiais todos os dias. Dela, ele merecia tudo, embora tudo que ela pudesse dar não fosse muito. A avó vivia da pensão de viúva que recebia de um montepio. Com aquele dinheirinho contado, sustentou o neto, pagou-lhe a faculdade e, mesmo depois de ele estar trabalhando, comprava-lhe méis de lã para o inverno e biscoitos recheados para o lanche da tarde.

Conheci a velhinha. Era gordinha e pequena, em tudo redonda. Uma avó de história em quadrinhos, uma perfeita Dona Benta, sempre sorrindo atrás dos óculos, sempre mexendo uma panela na cozinha, especialista em quitutes e histórias do tempo em que as moças coravam e os moços faziam mesuras.

Gonzalo gostava dela, claro que gostava, mas nunca chegou a ser um neto afetuoso. Recebia os carinhos da valha com indiferença típica da juventude. Convertido em um espigado rapagão, continuava vivendo com a avó, e ela continuava a cumular-lhe de atenções, apesar de já estar bastante doente. Volta de meia, o ar lhe faltava e ela se sentia nas vasas da morte, os pulmões ameaçando explodir. Decidiu precaver-se. Temendo um dia ter de internar-se com urgência no hospital, passou a economizar para pagar o médico. Todos os meses, retirava um naco da pensão, fazia um canudinho com um atílio e guardava num compartimento que havia na parte de cima do roupeiro.

Gonzalo não prestava muita atenção nos males da avó. Não tinha tempo. Trabalhava de dia, estudava de noite e nos finais de semana ia para a casa da namorada. Não percebia que a velhinha piorava a cada semana. Uma noite, ela estava especialmente mal, e nem assim Gonzalo reparou. Chegou em casa perto da meia-noite, cansado e de mau humor. A velhinha ouviu o barulho na fechadura da porta, levantou-se com alguma dificuldade, arrastou-se até a cozinha e preparou um jantar quente para o neto. Levou o prato fumegante e um copo de suco de laranja até o quarto, onde ele dormia de roupa de tudo, as costas apoiadas na cabeceira da cama. Acordou-o com um beijo. Ele abriu os olhos, viu a comida e, sem dizer palavra, tomou o prato e começou a comer. Ela sorriu e lhe deu boa-noite. Gonzalo nem respondeu, estava mastigando.

Aquela noite, a velhinha não dormiu. A falta de ar a sufocava angustiantemente. Pela manhã, chegou a pensar em não preparar o café para o neto. Nunca, em 20 anos, deixara de lhe fazer café. Não queria decepcioná-lo, não nesses dias em que ele trabalhava e estudava tanto. Levou 10 minutos para erguer-se da cama, arrastou-se pelo corredor e foi para a cozinha. Quando Gonzalo saiu do banho, o café estava na mesa. Mas a velhinha se sentia arrasada. Pediu:

- Meu amor, não vá trabalhar hoje. Fica um pouco com a avó...

Gonzalo riu:

- Ih, não dá. Estou cheio de trabalho.

- Só um pouquinho. Liga pra eles...

- Não dá, vó. Não dá. Até estou atrasado. Tchau. Fui.

Foi. Saiu sem nem escovar os dentes. Voltou às onze e meia, cansado como sempre. Encontrou a avó caída num canto do quarto, no chão, ao lado do banquinho no qual ela subia para alcançar o topo do roupeiro. Na mão direita, a trouxinha de dinheiro que ela guardava para pagar o hospital. Morrera sozinha, sufocada, decerto pensando no neto, decerto chamando por ele.

Depois do enterro, os irmãos disseram que Gonzalo podia continuar morando no apartamento. Ele não quis. Foi embora, ninguém sabe para onde. Largou tudo, ninguém sabe por que. Eu sei.

Mantra - Nando Reis

Quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração... Acordará

Quando estiver com tudo
Lã, cetim, veludo
Espada e escudo
Sua consciência... Adormecerá

E acordará no mesmo lugar
Do ar até o arterial
No mesmo lar, no mesmo quintal
Da alma ao corpo material

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

Quando não se têm mais nada
Não se perde nada
Escudo ou espada
Pode ser o que se for... Livre do temor

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá... Para dar amor

Amor dará e receberá
Do ar, pulmão; da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão do tempo espiral

Amor dará e receberá
Do braço, mão; da boca, vogal
Amor dará e receberá
Da morte o seu guia natal

Adeus dor

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

Sunday, May 13, 2007

Mami, Eu te amo!!!!!

Fico Assim Sem Você
Composição: Claudinho e Buchecha Avião sem asa

Fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola
Piu-piu sem Frajola
Sou eu assim sem você

Porque que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim

Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço
Namoro sem amasso
Sou eu assim sem você

Tô louca pra te ver chegar
Tô louca pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Por quê? Por quê?

Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você

Porque que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo

Saturday, May 12, 2007

Meu coração, não sei por que...


Antes mesmo de os lábios se encontrarem, a quimica está em jogo. Se não tiver a química, o beijo será desastroso.

É estranho pensar assim, mas é a realidade em si. Pessoas diferentes, beijos completamente diferentes. Certo, em vezes nem tanto, mas em outras extremamente significantes!

Perfeito mesmo é aquele beijo que forma o conjunto: desejo + paixão + fogo + química + afeto + carinho + segurança (até misturada com uma certa insegurança).

O Beijo segundo a Wikipédia:

Do latim - osculum - diminutivo de os (boca) procede ósculo, sinônimo de beijo. Um beijo é o toque dos lábios com qualquer coisa, normalmente uma pessoa. Na cultura ocidental é considerado um gesto de afeição. Entre amigos, é utilizado como cumprimento ou despedida. O beijo nos lábios de outra pessoa é um símbolo de afeição romântica ou de desejo sexual - neste último caso, o beijo pode ser também noutras partes do corpo, ou ainda o chamado beijo de língua, em que as pessoas que se beijam mantêm a boca aberta enquanto trocam carícias com as línguas.

Que definição!

Talvez fosse mais adequado dar explicações menos cientificas e mais poéticas para certas palavras...

Procurei algo mais parecido com o real significado da palavra beijo... nada com sentido que gostaria de aplicar.

Talvez eu possa me expressar de uma forma convincente.

...Onde tudo começa? O simples desejo de tocar, não precisa ser diretamente nos lábios. O inicio de intimidade na pele provoca as primeiras sensações, aumenta cada vez mais o desejo. Estar lado a lado, parecer sufocado. Contato! Instintivamente os rostos se aproximam e a respiração se torna mais intensa. Qual será o retorno? Atenderão as expectativas? Os olhares se cruzam com mais freqüencia. Ambos queremos o mesmo? E quando acontece...os lábios se encontram, secos logo se tornam úmidos e se for pra valer causa arrepios, certamente! É como um sonho que não quer acabar... mais um pouco... mais lento, mais rápido e de maneiras diferentes. Por um lado, por outro, somente os lábios... os lábios dizem, eles ditam as regras e por si próprios tomam conta de instantes que ficam marcados por toda uma vida.

Simples? Demais! Porém...Muito Importante observar que é fácil sair beijando por ai e perder no caminho algum valor numa ação tão primitiva (Não se sabe quem instituiu o Dia do Beijo e nem ao certo quando o beijo surgiu. Há quem diga que foi no ano 500 antes de Cristo, na Índia. Já Charles Darwin acreditava que o beijo era uma evolução das mordidas que os macacos davam no parceiro nos ritos pré-sexuais.). Quanto desejo! Quanto amor! Os homens beijam faz um considerável tempo e mesmo assim trocam momentos mais intensos por momentos mais repetitivos e iguais. Cuidado! Beijar é muito bom! Sem duvida, muito melhor quando antes mesmo do beijo o corpo todo parece estar fora de controle e quer proporcionar uma entrega sem volta!

Ah... sim... depois vem mais!

Pra quem acha que está deixando a desejar... http://www.terra.com.br/jovem/sexo/2002/04/12/000.htm

Vá praticar!!!!!!!!

>> Música gravada nos pensamentos <<

Deixo

Ivete Sangalo

Eu me lembro sempre onde quer que eu vá
Só um pensamento em qualquer lugar

Só penso em você
Em
querer te encontrar
Só penso em você
Em
querer te encontrar

Lembro daquele beijo que você me deu
Que até hoje está gravado em mim
Quando
a noite vem
Fico louco pra dormir
Só pra ter você nos meus sonhos
Me falando coisas de amor

Sinto que me perco no tempo,
Debaixo do meu cobertor

A semana finalizada com chave de ouro! Os shows da festa da Pop Rock e a galera perdida por lá não se pareciam nada com a minha pessoa e minhas expectativas, mesmo assim pude tirar um bom proveito da ocasião.

Tuesday, May 08, 2007

First Time...at last.


Como se fosse a primeira vez

Eu quero acreditar que vou olhar cada dia como se fosse a primeira vez. Ver as pessoas que me cercam com surpresa e espanto, alegre por descobrir que estão ao meu lado dividindo algo chamado amor, muito falado, pouco entendido.

Entrarei no primeiro ônibus que passar, sem perguntar em que direção está indo, e saltarei assim que olhar algo que me chame atenção. Passarei por um mendigo que me pedirá uma esmola. Talvez eu dê, talvez eu ache que irá gastar em bebida, e siga adiante – escutando seus insultos, e entendendo que esta é sua forma de comunicar-se comigo. Passarei por alguém que está tentando destruir uma cabine telefônica. Talvez eu tente impedi-lo, talvez eu entenda que faz isso porque não tem ninguém com quem conversar do outro lado da linha, e desta maneira procura espantar sua solidão.

Eu olharei tudo e todos como se fosse a primeira vez – principalmente as pequenas coisas, com as quais já estou habituado, e esqueci-me da magia que me cerca. As teclas do meu computador, por exemplo, que se movem com uma energia que eu não compreendo. O papel que aparece na tela, e que há muito tempo não se manifesta de maneira física, embora eu acredite que esteja escrevendo em uma folha branca, onde é fácil corrigir apertando apenas uma tecla. Ao lado da tela do computador acumulam-se alguns papéis que não tenho paciência de colocar em ordem, mas se eu achar que escondem novidades, todas estas cartas, lembretes, recortes, recibos, ganharão vida própria, e terão histórias curiosas – do passado e do futuro – para me contar. Tantas coisas no mundo, tantos caminhos percorridos, tantas entradas e saídas na minha vida.

Vou colocar uma camisa que costumo usar sempre, e pela primeira vez vou prestar atenção à sua etiqueta, a maneira como foi costurada, e vou procurar imaginar as mãos que a desenharam, e as máquinas que transformaram este desenho em algo material, visível.

E mesmo as coisas com as quais estou habituado – como o arco e as flechas, a xícara de café da manhã, as botas que se transformaram em uma extensão de meus pés depois de muito uso – serão revestidas do mistério da descoberta. Que tudo que minha mão tocar, meus olhos virem, minha boca provar, seja diferente agora, embora tenha sido igual por muitos anos. Assim, elas deixarão de ser natureza morta, e passarão a me transmitir o segredo de estarem comigo por tanto tempo, e manifestarão o milagre do reencontro com emoções que já tinham sido desgastadas pela rotina.

Quero olhar pela primeira vez o sol, se amanhã fizer sol; o tempo nublado, se amanhã estiver nublado. Acima de minha cabeça existe um céu que a humanidade inteira, em milhares de anos de observação, já deu uma série de explicações razoáveis. Pois eu esquecerei todas as coisas que aprendi a respeito das estrelas, e elas se transformarão de novo em anjos, ou em crianças, ou em qualquer coisa que eu sentir vontade de acreditar no momento.

O tempo e a vida foram transformando tudo em algo perfeitamente compreensível – e eu preciso do mistério, do trovão que é a voz de um deus enraivecido, e não uma simples descarga elétrica que provoca vibrações na atmosfera. Eu quero encher de novo minha vida de fantasia, porque um deus enraivecido é muito mais curioso, aterrador, e interessante, que um fenômeno físico.

E, finalmente, que eu olhe a mim mesmo como se fosse a primeira vez que estivesse em contato com meu corpo e minha alma. Que eu olhe esta pessoa que caminha, que sente, que fala como qualquer outra, que eu fique admirado com seus gestos mais simples, como conversar com o carteiro, abrir a correspondência, contemplar sua mulher dormindo ao lado, perguntando a si mesmo com o que ela estará sonhando.

E assim, permanecerei o que sou e o que gosto de ser, uma constante surpresa para mim mesmo. Este eu que não foi criado nem por meu pai, nem por minha mãe, nem pela minha escola, mas por tudo aquilo que vivi até hoje, que esqueci de repente, e estou descobrindo de novo.

Paulo Coelho - http://www.warriorofthelight.com/port/index.html



Friday, May 04, 2007

"Que seja feita a nossa vontade"

Sábia
(Tx)


Que nos tempos de guerra
a paz que se sele
seja a nossa.
Que Júpiter
não venha nos visitar tão cedo,
que o sol que tudo criou
não declare o fim dos tempos,
e que esse tempo que se esvai
não nos roube a nossa crença.
Que a nossa pureza infantil predomine ante nossa mais cruel consciência.
Que os barcos nos leve aos oceanos mais incolores,
mas que não nos torne retrato
de uma triste história que acabou.
Que as cartas postadas cheguem aos seus destinatários.
Que seja compreendida a abstração,
e que o que é abstrato não se transforme em pop art.
que a verdade só possa ser enxergada por quem é iluminado,
que sejam filtrados os graus
e que não se façam diferentes os indiferentes.

Que a crença não coloque em cheque o que é humano.
Que o que é humano não se torne mais errante.
Mas que não deixe de errar quem é vivo.
Que seja feita a nossa vontade
mas não dessa forma também no céu.
e que a visão de inferno se torne mais branda
do que a nossa sempre que acordamos
que as sensações agucem
os nossos sentimentos bons!

E que assim seja!

http://www.txsorry.blogspot.com/