* São dois os mais fortes dos guerreiros: o tempo e a paciência.

* Em todos os seus sonhos mais belos o homem nunca soube inventar coisa mais bela do que a natureza. (Alphonse de Lamartine)

* Pelo brilho nos olhos, desde o começo dos tempos, as pessoas reconhecem seu verdadeiro Amor.(Paulo Coelho)

* O verdadeiro artista não dá atenção ao público. O público para ele não existe.(Oscar Wilde)

* Dinheiro é como o adubo: só serve quando espalhado

* O trabalho espanta três males: o vício, a pobreza e o tédio.(Voltaire)

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"I don't ponder, dream."

Saturday, May 20, 2006

No que você acredita?









24/02/2006 - 07h25
Da Folha de S Paulo
Choque cultural















Barbara Gancia:
Vá pentear macaco, Bono Vox!


Além de viver eternamente na contramão, a esquerda tapuia
evidenciou nesta semana todo o peso de sua carranca ao
mirar seus estilingues no comentário bem-humorado de
Marcos Augusto Gonçalves, editor da Ilustrada, sobre o líder
do U2, Bono Vox (uso o nome completo que o vocalista já
aposentou, pois, para mim, Bono ainda é o marido morto
da cantora Cher).
Mas o que foi que Marcos disse de tão terrível para suscitar
cartas iradas ao Painel do Leitor, artigos em sites de esquerda
e declarações como a do ator Sérgio Mamberti, que
encontrou no texto pontos em comum com "as posições da
Liga Norte e de Jean-Marie Le Pen"?
Calma, que o Brasil é nosso! Por mais que o show "Vertigo"
tenha agradado e por mais que o guitarrista de nome boboca,
The Edge, toque para chuchu, continuo achando que as
músicas do U2 parecem todas iguais. E ninguém me demove
da idéia de que Bono, com seus óculos para esconder
pé-de-galinha, é um megabrega. Ou será que pendurar
terço no microfone e vendar os olhos tal qual um Bartimeu
(o cego a quem Jesus devolveu a visão) não são recursos
chinfrins, mais usados nos shows de rock gospel apresentados
pela Rede Vida?















Quisera que Bono tivesse a musicalidade e o bom
gosto de Sting, a quem Marcos o comparou. Mas,
diferentemente de Sting, Bono tenta apaziguar a consciência
dos ricos doando dinheiro aos países africanos. Isso
resolve alguma coisa? Será que dar dinheiro aos
ditadores africanos, para que eles comprem armas e
automóveis Mercedes-Benz cada vez maiores, é a
solução?
Nos países que Bono tenta ajudar com seu esquerdismo
quimérico, a fome é sintoma da estrutura social.
Pensar que se pode acabar com ela sustentando
ditaduras marxistas com dinheiro do Live Aid ou
o perdão das dívidas é o mesmo que acreditar em
Lula quando ele diz que "desde que o Brasil foi
descoberto, ninguém fez mais pelos pobres
do que a gente".
A esquerda pode não engolir ver Bono ser chamado
de equivocado por ter elogiado Lula como se a
corrupção no governo do PT não existisse. Mas não
pode negar algumas verdades. Como a de que o
Funrural (criado no regime militar) distribuirá em
2006 três vezes mais dinheiro do que o Fome Zero.
Ou que não foi Lula, e sim Getúlio, quem criou
a CLT e a legislação trabalhista. Nem foi Lula,
e sim JK, quem industrializou o ABC. O resto é conversa
fiada, populismo e garganta.

ALGUÉM RESPONDEU...

Resposta 18/05/2006 18:50
E olha a resposta que a enviei(bellavox):

"Bárbara,

Venho aqui fazer uma crítica a sua matéria intitulada
"Vá pentear macaco, Bono Vox!".
Em primeiro lugar, a escolha do título foi um
tanto proposital a meu ver, com a única e exclusiva
intenção de chamar a atenção. Você me diria que "sim,
e não seria essa a intenção de um jornalista com sua
manchete"? Sim, e qual não seria a intenção de
um artista em um show de rock? O que não gostei
foi da forma grosseira como você se posicionou!
Tudo bem, há a liberdade de imprensa, a mesma
liberdade de expressão que me faz enviar-lhe este
e-mail fazendo, desta vez, você o agente passivo
da crítica (veja que posição cômoda essa!).
Não se pode confundir crítica com ataque e
desrespeito (principalmente ao leitor)! Há grandes
jornalistas nesse país, elegantes nas suas formas
de escrever e que, justamente por isso, apresentam
mais credibilidade. Sinto muito, mas, com
esse título, tenho a impressão de que estou
presenciando um "discurso" de um adolescente
contra seu amigo de classe que lhe acabara de
jogar uma bola de papel na cabeça!
Mas o motivo de lhe escrever esse e-mail é outro!
Passa pela necessidade que vejo dos jornalistas
passarem a ler mais! Sim, ler! Ler para conhecer!
Conhecer para poder escrever a respeito!
E só se escrever sobre o que se conhece! Ora,
porque te cobro isso? Porque essa é a sua
profissão! Cobro da faxineira que esta saiba fazer
uma boa faxina; do marceneiro que me faça uma
boa mesa! Se estes não fizerem um bom serviço,
o que fazemos: os deixamos de lado. Assim
como fazemos com os jornalistas que não fazem
seu trabalho de forma adequada!
Assim, procure saber que Bono Vox não
doa dinheiro aos países africanos,
portanto, muito menos a ditadores africanos!
Sua ação parte do simples princípio
de ser uma pessoa conhecida e, portanto,
consegue atingir pessoas que um
“João da Silva” nunca conseguiria! O problema
é que pessoas "conhecidas" não podem fazer
campanhas pró-qualquer-coisa sob o risco de
serem taxadas de "marketeiras".










...
18/05/2006 18:53
Ora, então devemos dificultar as coisas?
Devemos deixar a cargo dos “Joãos da
Silva” a dura tarefa de sensibilizar um mundo
que não o conhece e nem virá a conhecer?
Isso é burrice, é trocar o atalho pelo caminho
mais longo e tortuoso.
Querem implantar definitivamente em nossos cérebros
o chip do "e o sonho acabou" e nossas mentes
ranzinzas, insistentes em não dar o braço a torcer,
iludidas em manter-se no pedestal de uma
"intelectualidade blasé", contribuem nesse processo.
Sir Bono Vox, por ele mesmo, já afirmou como s
ente-se ridículo em ser uma celebridade e
que já que o é assim considerado, cada um que utilize
seus curingas da forma que lhes convir. E entre
escolher aparecer em fotos de revistas, exibindo
sorrisos amarelos, em festas de ilhas e castelos
para comemorar não-sei-o-quê ele prefere frequentar
favelas e hospitais na África. Puxa, que coisa,
niguém antes queria saber da África: “continente
cheio de pobres, isolado, graças à Deus”, muitos
pensariam. Mas, hoje em dia se você vê uma foto
de Bono Vox leva grátis um cenário que você não
queria ver (pois ninguém quer ver!). Como um caco
de vidro que ao pisar faz você lembrar-se a todo instante
que o problema está lá.
Você pode até não simpatizar-se com a idéia, mas
você mesmo já viu que o Sr Bono Vox é engajado
com as questões na África, ou seja, quando você
pensa em Bono Vox você se lembra, mesmo de
forma ranzinza, que a África existe! Viu como funciona!!!
Me desculpe, mas só os corajosos dão conta disso,
pois devido a erros de outros no passado, ficou
tênue o limite entre o engajamento e auto-promoção.
Ponto a mais para Sr Bono: engajado e corajoso!
Não me importa! O que importa é que Dona Bárbara
quando pensar em Bono vai lembrar da África ! Sim,
ela existe!














... 18/05/2006 18:54
Comparar a Sting? Sim, nada mais natural.
Não condeno ninguém por isso, pois estamos
cheios de exemplos frustrantes pelo mundo a
fora (não falo da parte musical, pois creio
que religião, futebol e música são gostos individuais
e isso não se discute!). É natural que, depois
de tantos artistas ativistas e pseudo-ativistas,
todos queiram misturá-los como farinha do
mesmo saco.
Procure saber sobre o perdão da dívida
externa de 17 países entre africanos e americanos
programado para julho, já votado pelo G8
em 2005. Verás que propaganda é a alma
do negócio! Mas para a propaganda fazer efeito
é preciso ser transmitida por um grande veículo:
Sr. Bono Vox (sim, você pode até achar o
nome esquisito, mas lembre-se que essa banda
foi formada na adolescência desses rapazes.
Ou você nunca fez nada de esquisito na sua
adolescência? Ou você acha que "Sting= ferrão”
é um nome adequado?). Ou você acha que
roqueiros tem como hobby jantar com chefes
de estado. Procure saber que o G8 comprometeu-se
também a suprir as necessidades de medicamentos
contra a AIDS na África. Claro, ainda esperamos
ver para crer. Mas, veja que "perdão de dívida”
não é igual a "enviar dinheiro à África" e, sim, é
"ensinar a pescar"! Sem o perdão, esses países
nunca teriam condições de "aprender a
pescar". É o primeiro passo, já é um olhar dispensado
àquele continente nunca antes “visto”.













... 18/05/2006 18:54
Procure saber sobre a EDUN (hoje em dia, com
a internet, como é fácil ter conhecimento das coisas).
Ahhhhhh, garanto que a NIKE você conhece!
E o que a NIKE faz com a mão de obra de países
subdesenvolvidos você também já deve ter ouvido
falar! Não, a EDUN não vai resolver o desemprego
na África, mas sabe aquela coisa de propaganda ser
a alma do negócio? Exemplo: isso não tem preço!
Pois garanto que nesse mundo não exista um
"trilhardário" com fortuna suficiente que de forma
isolada resolvesse o problema do continente
africano. Já, o "exemplo" me parece ser uma fortuna
maior, capaz de consolidar as mudanças e não
apenas instituí-las!
Somos tão acostumados com bandas de rock
jogando sofás pelas janelas dos hotéis, líderes de
bandas fazendo um filho em cada continente, letras
com apologia a tudo-o-que-há-de-obscuro-nessa-vida,
que já virou lugar comum. Como podem ser
revolucionários, se todos são iguais? Verdadeira
revolução é um rockeiro falar de Deus! E que difícil
tarefa, pois há "bárbáros" jornalistas e jornalistas
"bárbaros" que caem na cilada de criticar o que
ainda não conhecem. Não conhecem o fato de que
o U2 fala de questões religiosas desde seu primeiro
disco, sempre de maneira sutil em suas canções
sempre passíveis de diversas interpretações.
Garanto que você sempre pensou que “I Will Follow”
era um rock mais pesado, “One” uma mera canção
de amor ou “Elevation” uma canção sexy. Mas
para pessoas desinformadas, a religiosidade do U2
só foi vista quando explicitamente exibida (após uns
20 anos de estrada do grupo) por um terço pendurado
ao microfone. Não sou uma pessoa religiosa, mas
é delicioso essa revolução silenciosa e sutil que
só a gente sabe que está fazendo: a de ser diferente!












...
18/05/2006 18:54
Se a militância de Bono traz ao U2 “rendimentos”,
vejo isso como conseqüência natural. Não sejamos
hipócritas, dinheiro é bom, mas não vejo
na militância de Bono o objetivo de enriquecimento
próprio, pois com militância ou sem militância, U2
sempre foi fenômeno mundial de vendagens. Mas
soma aí a dívida de 17 países e vê quanto dá!
Não to nem aí se o U2 ganha dinheiro, eu
quero é a dívida desses países perdoada!
Por último, não acredito que uma atitude isolada
de Bono Vox vá mudar a África ou o mundo, mas
me simpatizo com o ideal dele do “não desistir”.
Me diga aí, o que é melhor: lutar ou cruzar os braços?
Ou você é daquelas pessoas que vai do
trabalho para casa para o cinema para a cama
para o trabalho para a ginástica para
o almoço para a reunião para a janta para a cama
para o trabalho para o psicanalista
para o almoço para o trabalho... E só! Não
fazes nada pra tentar mudar o mundo!
Não, minha alma ainda não ficou ranzinza a
este ponto! Acredito na soma, na persistência,
nas mudanças silenciosas e consistentes, as
que geralmente envolvem o caráter e a
maneira de enxergar o mundo.

escrito por bellavox.















Obs... não tem como dizer qual parte do texto
é mais importante.
As pessoas que fazem sucesso, ainda mais pelo
mundo afora, criam opiniões.
Erram, acertam.
Respeito todos as opiniões. Acredito em palavras...
Se admiro esse cara, não é porque ele fala demais
em coisas importantes,não é porque amo as músicas,
mas, principalmente porque eu acredito em ações!
Ele... age!
Pelo menos isso pode ser visto.
E quando a gente vê o Bono na nossa frente
a gente pensa...
ta aí um verdadeiro artista!
De repente o mundo não é tão descartável,
e as pessoas podem fazer muito bem umas às outras,
ou pelo menos tentar!

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