* São dois os mais fortes dos guerreiros: o tempo e a paciência.

* Em todos os seus sonhos mais belos o homem nunca soube inventar coisa mais bela do que a natureza. (Alphonse de Lamartine)

* Pelo brilho nos olhos, desde o começo dos tempos, as pessoas reconhecem seu verdadeiro Amor.(Paulo Coelho)

* O verdadeiro artista não dá atenção ao público. O público para ele não existe.(Oscar Wilde)

* Dinheiro é como o adubo: só serve quando espalhado

* O trabalho espanta três males: o vício, a pobreza e o tédio.(Voltaire)

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"I don't ponder, dream."

Thursday, May 18, 2006

Tell me, tell me, what do you see?

Somethings are changing my world!
Se gostei de ler Veronika Decide Morrer, o que poderia dizer de O Alquimista?

...
- Por que temos que escutar o coração? – perguntou o rapaz quando acamparam aquele dia.
- Porque, onde ele estiver, é onde estará o tesouro
- Meu coração é agitado – disse o rapaz. – Tem sonhos, se emociona, e está apaixonado por uma mulher do deserto. Ele me pede coisas que não me deixa dormir muitas noites, quando penso nela.
- É bom. Seu coração está vivo. Continue a ouvir o que ele tem a dizer.
Nos três dias seguintes os dois passaram por alguns guerreiros, e viram outros guerreiros no horizonte. O coração do rapaz começou a falar sobre o medo. Contava para o rapaz histórias que tinha ouvido da Alma do Mundo, histórias de homens que foram em busca de seus tesouros e jamais o encontraram. Às vezes assustava o rapaz com o pensamento de que poderia não conseguir o tesouro, ou poderia morrer no deserto. Outras vezes dizia para o rapaz que já estava satisfeito, que já havia encontrado um amor e muitas moedas de ouro.
- Meu coração é traiçoeiro – disse o rapaz ao Alquimista, quando eles pararam para descansar um pouco os cavalos. – Não quer que eu continue.
- Isto é bom – respondeu o Alquimista. – Prova que seu coração está vivo. É natural ter medo de trocar por um sonho tudo aquilo que já se conseguiu.
- Então, para que devo escutar meu coração?- Porque você não vai conseguir jamais mantê-lo calado. E mesmo que finja não escutar o que ele diz, ele estará dentro do seu peito, repetindo sempre o que pensa sobre a vida e o mundo.
- Mesmo que ele seja traiçoeiro?
- A traição é o golpe que você não esperava. Se você conhecer bem seu coração, ele jamais conseguirá isto. Porque você conhecerá seus sonhos e seus desejos, e saberá lidar com eles.
“Ninguém consegue fugir do seu coração. Por isso é melhor escutar o que ele fala. Para que jamais venha um golpe que você não espera.”
O rapaz continuou a escutar seu coração, enquanto caminhavam pelo deserto. Passou a conhecer suas artimanhas e seus truques, e passou a aceita-lo como era. Então o rapaz deixou de ter medo, e deixou de ter vontade de voltar, porque certa tarde o seu coração lhe disse que estava contente. “Mesmo que eu reclame um pouco”, dizia seu coração, “é porque sou um coração de um homem, e os corações de homens são assim. Têm medo de realizar seus maiores sonhos, porque acham que não o merecem, ou não vão consegui-los. Nós, os corações, morremos de medo só de pensar em amores que partiram para sempre, em momentos que poderiam ter sido bons e que não foram, em tesouros que poderiam ter sido descobertos e ficaram para sempre escondidos na areia. Porque quando isto acontece, terminamos sofrendo muito”.
- Meu coração tem medo de sofrer – disse o rapaz ao Alquimista, uma noite em que olhavam o céu sem lua.
- Diga para ele que o medo de sofrer é pior do que o próprio sofrimento. E que nenhum coração jamais sofreu quando foi em busca de seus sonhos, porque casa momento de busca é um momento de encontro com Deus e com a Eternidade.
“Cada momento de busca é um momento de encontro”, disse o rapaz ao coração. “Enquanto procurei meu tesouro, todos os dias foram dias luminosos, porque eu sabia que cada hora fazia parte do sonho de encontrar.
Enquanto procurei este meu tesouro, descobri no caminho coisas que jamais teria sonhado encontrar, se não tivesse tido coragem de tentar coisas impossíveis aos pastores”.
Então seu coração ficou quieto por uma tarde inteira. De noite, o rapaz dormiu tranqüilo, e quando acordou, o seu coração começou a lhe contar coisas da Alma do Mundo. Disse que todo homem feliz era um homem que trazia Deus dentro de si. E que a felicidade poderia ser encontrada num simples grão de areia do deserto, como o Alquimista havia falado. Porque um grão de areia é um momento da Criação, e o Universo demorou milhares de milhões de anos para criá-lo. “Cada homem na face da Terra tem um tesouro que está esperando por ele”, disse seu coração. Nós, os corações, costumamos falar pouco destes tesouros, porque os homens já não querem mais encontra-los. Só falamos dele para as crianças. Depois deixamos que a vida encaminhe o que lhes é traçado, e que é o caminho da lenda Pessoal, e da felicidade. Acham o mundo uma coisa ameaçadora – e por causa disto o mundo se torna uma coisa ameaçadora.
“Então nós, os corações, vamos falando cada vez mais baixo, mas não nos calamos nunca. E torcemos para que nossas palavras não sejam ouvidas: não queremos que os homens sofram porque não seguiram seus corações”.
- Por que os corações não contam aos homens que devem continuar seguindo seus sonhos? – perguntou o rapaz ao Alquimista.
- Porque, neste caso, o coração é o que sofre mais. E os corações não gostam de sofrer.
O rapaz entendeu seu coração a partir daquele dia. Pediu que nunca mais o deixasse. Pediu que, quando estivesse longe de seus sonhos, o coração apertasse o peito e desse o sinal se alarme. O rapaz jurou que sempre que escutasse este sinal, também o seguiria....

...
“Antes de realizar um sonho, a Alma do Mundo resolve testar tudo aquilo que foi aprendido durante a caminhada. Ela faz isto não porque seja má, mas para que possamos, junto com o nosso sonho, conquistar também as lições que aprendemos seguindo em direção a ele. É o momento em que a maior parte das pessoas desiste. É o que chamamos, em linguagem do deserto, de ‘morrer de sede quando as tamareiras já apareceram no horizonte’”.
“Uma busca começa sempre com a Sorte de Principiante. E termina sempre com a Prova do Conquistador”.
O rapaz lembrou-se de um velho provérbio de sua terra. Dizia que a hora mais escura era a que vinha antes do sol nascer.

...
- Conheci verdadeiros Alquimistas – continuou. – Se trancavam no laboratório e tentavam evoluir como o ouro; descobriam a pedra Filosofal. Porque haviam entendido que quando uma coisa evolui, evolui também tudo o que está a sua volta.
“Outros conseguiram a pedra por acidente. Já tinham o dom, suas almas estavam mais despertas que as das outras pessoas. Mas estes não contam, porque são raros.”
“Outros, enfim, buscam apenas o ouro. Estes jamais descobriram o segredo. Esqueceram-se de que têm sua Lenda Pessoal para cumprir. Quem interfere na Lenda Pessoal dos outros, nunca descobrirá a sua”.
As palavras do Alquimista soaram como uma maldição. Ele abaixou-se e pegou uma concha no solo deserto.
- Isto um dia já foi mar – disse.
- Já tinha reparado – respondeu o rapaz.
O Alquimista pediu ao rapaz para colocar a concha no ouvido. Ele tinha feito isto muitas vezes quando era criança, e escutou o barulho do mar.
- O mar continua dentro desta concha, porque é sua Lenda Pessoal. E jamais a abandonará, até que o deserto se cubra novamente de água.
Depois montaram em seus cavalos, e seguiram em direção às Pirâmides do Egito.

...
Figuras de linguagem a parte, já dizia alguém que não lembro agora:
“Quem não compreende um olhar, tão pouco compreenderá uma longa explicação.”



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