* São dois os mais fortes dos guerreiros: o tempo e a paciência.

* Em todos os seus sonhos mais belos o homem nunca soube inventar coisa mais bela do que a natureza. (Alphonse de Lamartine)

* Pelo brilho nos olhos, desde o começo dos tempos, as pessoas reconhecem seu verdadeiro Amor.(Paulo Coelho)

* O verdadeiro artista não dá atenção ao público. O público para ele não existe.(Oscar Wilde)

* Dinheiro é como o adubo: só serve quando espalhado

* O trabalho espanta três males: o vício, a pobreza e o tédio.(Voltaire)

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"I don't ponder, dream."

Tuesday, August 28, 2007

E de repente o silêncio

Viver é complicado – disse uma anônima passageira, sentada do meu lado no lotação. Não falou isso para mim, nem para o universo circundante. Falou para ela própria e depois calou-se.

Olhei-a de relance. Era bonita. Era também educada, pois quando escolheu a poltrona vizinha murmurou: com licença. Devia ser bem posta no mundo, pois se vestia com elegância.

Me bateu a tentação de perguntar-lhe: por que viver é complicado? Mas aí achei que era me envolver em temas que só dizem respeito a ela. Não deixei de me dar conta, porém, de que ultimamente tenho visto muitas pessoas falando sozinhas. Vi mesmo um senhor que não só falava com ninguém, como depois se respondia.

Acho que está acontecendo um negócio estranho: as pessoas não têm a quem confiar seus grandes ou pequenos dramas íntimos e os entregam a elas mesmas.

Salvo alguma frase solta, como a da passageira da lotação, tudo o que transmitem são coisas sem muito sentido para quem ouve. Escutei esses dias um menino dizendo “Microsoft 18” e um cavalheiro idoso garantindo que “se não correr, quebra”.

Daí eu fiquei pensando que, num universo em que tudo é comunicação, as pessoas se descomunicam. Não sei se é um fenômeno passageiro. Sou inclinado a crer que não. Surpreendi uma freira movendo lentamente os lábios, mas concluí que rezava. E o comum dos mortais, ainda reza?

Talvez falte ao comum dos mortais com quem dialogar. Talvez o próprio diálogo esteja ficando fora de moda. Não estaremos caminhando para um tipo de civilização no qual as pessoas preferem a informática para passar uma mensagem, ao invés de tentar o contato humano? Eu, por exemplo, a cada dia que abro meu computador, encontro dezenas de recados de gentes que desconheço. Empresas, clubes, blogueiros, todos acham que têm algo a me expor, a me vender, a me transmitir.

É claro que, salvo os e-mails dos amigos e dos leitores, não lhes dou importância. Mas me pego refletindo que viver seja mesmo complicado exatamente porque nos esquecemos de conversar uns com os outros, como faziam já há milênios nossos ancestrais, ao redor de uma fogueira e sob um céu constelado de estrelas.

Liberato Vieira da Cunha

"Cada um pode uma coisa, sabe uma coisa. Se todos se juntarem, forem amigos, se ajudarem, quantas coisas vão conseguir fazer?"

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