Ontem... Depois de uma longa espera (até opcional), vi, vi, vi e viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii o show do U2!!!!!!!!!!!!!!! E bateu aquela saudade, de cada momento. Mesmo da fome, da falta de dormir, do desconforto. Saudade do que foi muito mais do que bom... saudade de ver a felicidade estampada no rosto de cada pessoa que passava por mim pelo simples fato de ver 4 carinhas que fazem a diferença. Saudades da Fabi que me ajudou muito e curtiu o show do meu lado, saudade da Aline e da Alice que chegaram na madrugada e ficaram na fila no segundo dia e me acompanharam na segunda dose de U2!!!!!! Acho que se eu ver o show gravado pela globo umas milhares de vezes até me acho por lá... hehehehehe
Quem foi ao Morumbi no dia 21 de fevereiro aprendeu o significado da palavra espetáculo. Com um telão de 40 metros de altura, uma platéia de 73 mil pessoas (sem contar as cerca de 5 mil que ficaram na porta sem ingresso, mais umas 50 mil que ficou em casa chupando o dedo), o U2 fez aquele que pode ser o grande show no Brasil em 2006. Nas palavras do próprio Bono: "Ontem nós estávamos ao vivo para todo o Brasil (o show da segunda-feira foi transmitido pela Rede Globo). Hoje é a nossa festinha particular".
Esqueça a demagogia de Bono e sua tentativa de salvar o mundo. Apesar de estarem presentes em várias partes do show, elas acabam ofuscadas pela grandiosidade e perfeição da apresentação do quarteto e da pulsação da platéia. Cada acorde é respondido com fervor por cada um dos fãs. Impressiona o fato de que as músicas novas conseguem agitar mais a platéia do que alguns clássicos dos anos 80. Até canções não tão famosas do último álbum, como Sometimes You Can't Make It On Your Own, têm todos seus versos berrados pelos fãs, principalmente os da Hot Area.
Ai está uma das grandes ações de Bono e sua turma. Eles fizeram questão de que a tal Hot Área (espaço na frente do palco) fosse ocupada majoritariamente por fãs. Sorte daqueles que enfrentaram filas. O local teve seu acesso liberado logo que os portões abriram. Depois que um certo número de fãs entrou na Hot Área (falavam em 4 mil), ela foi fechada. Uma recompensa para quem esperou dias e horas na fila, em pé, tendo que agüentar a chatice dos ambulantes, que só faltavam vender a mãe. Ponto para o U2, que assim tinha uma resposta perto de si muito melhor do que um bando de VIPs que estavam ali só pra tirar fotos. Pra isso a demagogia de Bono serve.
O show em si é muito programado. Set list fechado (mas nem tanto), com as devidas projeções certinhas no telão e boa parte das falas de Bono previamente escritas. A seqüência anterior a One foi planejada especialmente para emocionar a audiência. A declaração dos Direitos Humanos, os celulares ligados, a faixa com os símbolos religiosos, a caminhada cega de Bono em Miss Sarajevo... Tudo repetido igualmente em todas as apresentações do quarteto. Entretenimento de massa. Mas o que importa em um show são as canções e a entrega da banda ao seu público. E nisso o U2 é especialista. Larry Mullen Jr. continua preciso e impassível em suas batidas; Adam Clayton é discreto, mas potente com seu baixo grave e simples; e The Edge, bem é The Edge. O único ponto contra é de Bono, que já não canta como antigamente, tendo inclusive baixado o tom de Sunday Blood Sunday; mas isso ele compensa com carisma. Juntos, os quatro conseguem segurar um show de duas horas sem a ajuda de nenhum músico de apoio.
Os amantes de música pop se arrepiam antes de o show começar. A banda sobe ao palco nessa turnê ao som de Wake Up, dos canadenses do Arcade Fire. Um amigo diz que essa talvez seja uma das músicas que Bono gostaria de ter escrito. E, realmente, ela soa "muito U2", com sua letra forte e as vocalizações características. Bono cumpre sua promessa de uma apresentação particular. Mesmo com um set list programado com antecipação, sempre há brechas para os pequenos improvisos que fazem um show ser único em sua existência. É a velha história da aura que Benjamim falava lá nos anos 40. E quando Bono puxa uma moça da platéia e canta Desire, improvisada no violão de The Edge, em sua homenagem (o nome da "Katilce" de terça-feira era Desirê, comprovado pela carteira de identidade mostrada ao cantor) ele reforça essa tese. Por mais programada que seja uma apresentação, um grande frontman tem que estar preparado para as surpresas que ela guarda.
A tal Desirê protagonizou o momento mais engraçado e curioso do show. Ao subir ao palco, ela tirou logo uma foto ao lado de Bono com o celular. Depois de alguns pulinhos e frases ao pé do ouvido, Desirê preparou o aparelho para mais uma foto. Foi quando o cantor fechou o aparelho, numa clara demonstração de "não abusa não, menina".
Os clássicos estavam (quase) todos lá. Faltaram I Will Follow e Bad, mais Walk On, uma das melhores músicas do penúltimo álbum, All That You Can't Leave Behind. Duas horas de canções fortes e pegajosas, guardadas em algum lugar da mente do público, cujos versos continuam atuais (Sunday Bloody Sunday particularmente). E quando o U2 toca One, antes do primeiro bis, e a platéia levanta seus celulares ligados, é impossível não se emocionar ao olhar as arquibancadas lotadas parecendo um céu limpo, estrelado. É isso o que devem chamar de um momento mágico.
Depois do primeiro bis, com mais uma fã puxada ao palco para dançar Misterious Ways e de Bono descer até a platéia para cantarWith or Without You, a platéia não acredita quando a banda demora a voltar. Ninguém arreda pé, gritos de U2 são ensaiados, a vocalização de Vertigo é cantada em uníssono. E, como programado, os quatro voltam. Mas, surpresa, a canção final não é 40, como de costume, e sim All I Want is You (com Bono tropeçando na letra), incluindo citação de Love Rescue Me no final. Acendem-se as luzes, o público esquece a esculhambação da organização do show e vai embora no êxtase total. São pequenos detalhes que marcam e transformam um show numa festa particular.
por Tiago Agostini
Where The Streets Have No Name I wanna run, I want to hide I wanna tear down the walls That hold me inside. I wanna reach out And touch the flame Where the streets have no name.
I wanna feel sunlight on my face. I see the dust-cloud Disappear without a trace. I wanna take shelter From the poison rain Where the streets have no name Where the streets have no name Where the streets have no name.
We're still building and burning down love Burning down love. And when I go there I go there with you (It's all I can do).
The city's a flood, and our love turns to rust. We're beaten and blown by the wind Trampled in dust. I'll show you a place High on a desert plain Where the streets have no name Where the streets have no name Where the streets have no name.
We're still building and burning down love Burning down love. And when I go there I go there with you (It's all I can do).
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