* São dois os mais fortes dos guerreiros: o tempo e a paciência.

* Em todos os seus sonhos mais belos o homem nunca soube inventar coisa mais bela do que a natureza. (Alphonse de Lamartine)

* Pelo brilho nos olhos, desde o começo dos tempos, as pessoas reconhecem seu verdadeiro Amor.(Paulo Coelho)

* O verdadeiro artista não dá atenção ao público. O público para ele não existe.(Oscar Wilde)

* Dinheiro é como o adubo: só serve quando espalhado

* O trabalho espanta três males: o vício, a pobreza e o tédio.(Voltaire)

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"I don't ponder, dream."

Thursday, October 26, 2006

Uma Magia Chamada Generosidade

Vamos começar admitindo que o amor seja muito diferente da paixão. À primeira vista pode ser frustrante, mas não precisamos ir a Descartes e sua classificação das paixões para perceber que esse sentimento, como toda idéia fixa, compromete a razão. O apaixonado é sempre tenso, ansioso, inseguro. A paixão escraviza.

Já o amor, o verdadeiro amor, liberta. A paixão é radical, inflexível. O amor é compreensivo, condescendente. A paixão é cega. O amor abre os olhos. A paixão é excludente. O amor abrange. Os apaixonados se tornam egocêntricos, os enamorados são generosos.

É possível que muitos poetas, principalmente os do século 19, tenham contribuído para a idéia de que a paixão é a “chama da vida”. O encanto de sua poesia parece justificar plenamente esse estado de espírito. Mas, quando nos lembramos que nossos amados poetas quase sempre morriam muito cedo e por motivos nada festejáveis, fica mais fácil perceber que a paixão está mais para tânatos, morte, enquanto o amor passa bem longe disso. Amor é eros, vida.

Na medida em que o indivíduo mantém o domínio de si próprio, a paixão pode até ser socialmente construtiva, no entanto, isso é raro. Quando se trata de bens materiais, mais raro ainda, já que nesse caso a paixão pode atingir uma intensidade patológica tal que acaba confundindo com missão social.

É interessante, aliás, observar que esses temas não são seques contemplados pelas ciências sociais. À primeira vista, pode aparecer que misturamos as coisas, já que, em princípio, sentimentos e emoções pertencem à área da psicologia e não da sociologia.

Acontece que a sociedade é composta de seres providos de psiquismo e, se o amor e generosidade estivessem mais presentes nas bases do planejamento social, não haveria tanto espaço para a ganância e descaso pelos menos favorecidos.

Afinal, apaixonados e com a melhor das intenções, já tentamos, no plano político, incontáveis revoluções, mas ainda não a revolução pela generosidade. Esta tem permanecido apenas no plano da filosofia ou da religião.

Uma revolução inspirada na alegria da partilha nada tem a ver com o ideal simplista de que os bens sejam repartidos igualmente. Contudo, se a convivência humana se apoiasse em bases mais generosas, não haveria tamanha concentração de lucros e, provavelmente, não teríamos atingido esse inquietante conflito social que se alastra por todas as latitudes.

Sonho? Claro que não. Inspirados na generosidade, os lucros seriam melhor repartidos e a sociedade – mais segura de si – seria mais pacífica, mais feliz e, logicamente, mais produtiva. Portanto, mais rica...

Para os desavisados, deve parecer tolice acreditar que a generosidade seja mais lucrativa do que a ganância. Mas ela é. Inúmeras experiências alternativas vêm comprovando isso e podemos estimar que pelo menos uma em cada mil pessoas tem certeza absoluta de que o caminho da generosidade é o mais lucrativo.

São aqueles que Marilyn Ferguson chama Conspiradores aquarianos, em seu livro A Conspiração Aquariana, um dos melhores best-sellers da virada do século. Em tempo: Ferguson é uma jornalista norte-americana especializada na área das investigações relacionadas com a vida e as ciências humanas, editora do notável Brain/Mind Bulletin, sobre a vanguarda do pensamento científico.

Em uma primeira avaliação, pode parecer um excesso de otimismo acreditar em revolução a partir de apenas um milésimo da população. Acontece que essa minoria é composta de ativos agentes multiplicadores e seus líderes são eficazes formadores de opiniões. Além disso, somos hoje um planeta com mais de seis bilhões de habitantes, de maneira que essa parcela, aparentemente minúscula, já soma nada menos que seis milhões de seres humanos...

Fora das experiências comunitárias os efeitos da nova era são ainda sutis. Eles, no entanto, já se manifestam no próprio núcleo do sistema. Há alguns anos, por exemplo, o jornalista Joelmir Betting encerrou o seu programa de televisão, na emissora líder de audiência brasileira, com uma citação de Roger Bacon, filósofo e espiritualista do século 13.

Excelente analista do panorama econômico, Joelmir foi buscar na Idade Média, justamente no pensamento de um cientista místico, esta advertência, de simplicidade e lucidez desconcertantes: “Dinheiro é como estrume no campo, tem de ficar espalhado. Se ficar concentrado, cheira mal.”

A paixão é um excelente estímulo, mas péssima conselheira. O novo modelo econômico foi se pervertendo nas mãos de uma minoria apaixonada, cega e que não percebe o quanto causa ressentimento, ódio e desesperança, inspirando os menos favorecidos a mesma paixão pelo ilícito.

Iludidos pelos “direitos adquiridos” por força da injustiça social, ambos os lados agem com igual violência, a partir de suas “certezas”. O crime se organizou a tal ponto que a antiga postura do criminoso, discreta e sorrateira, foi se tornando arrogante.

No Brasil isso fica bem claro em telefonemas “grampeados”, nos quais os traficantes se mostram plenamente convencidos de que fazem a coisa certa, no que são seguidos por uma legião cada vez maior de cooptados, todos eles perfeitamente apaixonados pelo poder paralelo e sonhando sempre com a possibilidade de eliminar seus chefes para substituí-los.

Hoje, o cidadão, para se defender, foi parar atrás das grades, cercado de câmeras e toda uma parafernália que aos poucos nos habituamos a considerar normal. Quanto mais rico e poderoso, mais estressado e preso.

Enquanto isso o crime organizado invade territórios antes considerados incorruptíveis, que o digam os escândalos envolvendo policiais, militares, parlamentares e magistrados corruptos. Isso sem mencionar advogados comprometidos, que, com maior cinismo do mundo, se servem de desconcertantes firulas jurídicas na defesa de seus constituintes.

Essas reflexões, contudo, nos conduzem a uma perspectiva otimista, já que a crise encerra em si mesma a esperança. Vejamos: como a tendência do conflito é crescer em direção a um impasse em que todos sairão perdendo, os responsáveis pela violência terão de entender de uma vez por todas que ser generoso não é perda de tempo nem de dinheiro e que a solução será assumir uma atitude amistosa. A palavra mágica será cooperação.

É ai que entram os líderes mais lúcidos, apoiados pelos milhões de aquarianos espalhados pelo mundo, e finalmente a sociedade como um todo, unidos no esforço de convencer os gananciosos que, além de trair a sociedade, estão traindo a si próprios.

Quem sabe estão os apaixonados pelas 30 moedas percebam que uma boa saída será se associar aos generosos, promovendo uma distribuição mais justa de rendas e, por extensão, apoiando a coisa dos que propõem a revolução pela generosidade, a partir, entre outros princípios, da inclusão social. E tudo isso rápido, antes que seja tarde demais. Qualquer tentativa nesse sentido pode representar uma bala perdida a menos.

Sim, é claro, que resta a dúvida: terá sentido uma sociedade em que as pessoas se tornem mais “generosas” ou mais “justas” por mera esperteza? Antes que o tempo responda, vale a pena dar uma olhada na conversa de um dos maiores pacifistas da história, o Dalai Lama, com a cientista Renée Weber, reproduzida no livro Diálogos com Cientistas e Sábios (Ed. Cultrix).

Nesse encontro, ocorrido há mais de 20 anos, na Sociedade Teosófica de Illinois (EUA), o líder budista já admitia que, do ponto de vista social, se os interesseiros agissem como generosos, estarão trazendo benefícios concretos a sociedade e até recebendo algo de bom em função disso. E o Dalai Lama conclui, com seu peculiar senso de humor: “Se o mundo adquire paz, eles também adquirem...”

REVISTA PLANETA, EDIÇÃO DE OUTUBRO 2006. - Autor: Pedro Camargo

A intuição é uma concepção não duvidosa da mente pura e atenta, e nasce apenas da luz da razão. René Descartes

O fracasso é a oportunidade de se começar de novo inteligentemente.
Henry Ford

A felicidade não entra em portas trancadas.
Emmanuel -"Pérolas de Luz"

Não há calibre que mate uma idéia.
José Gabriel Condorcanqui, Tupac Amaru

Nada é permanente, senão a mudança.
Heráclito

Quando se precisa de sal, não adianta ter açúcar.
provérbio iídiche

Os homens nunca usaram totalmente os poderes que possuem para promover o bem, porque esperam que algum poder externo faça o trabalho pelo qual são responsáveis.
John Dewey

Algo só é impossível até que alguém duvida e acaba provando o contrário.
Albert Einstein

O progresso social é conseqüência do progresso individual.
Smiles

Uma máquina pode fazer o trabalho de cinqüenta pessoas comuns. Nenhuma máquina pode fazer o trabalho de uma pessoa extraordinária.
Elbert Hubbard

Se alguém quer tornar seus sonhos realidade, precisa primeiro acordar.
Corina Crawford


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